O corpazil do dragão jazia sem vida sob o tesouro espalhado pelo covil. O nobre heroi, sentado próximo à criatura procurava recuperar o fôlego após a terrível batalha. Encontrava-se fatigado: cada músculo de seu corpo doía e ele não se sentia capaz sequer de caminhar vestindo sua pesada armadura. Mas isso não importava. Muito menos o tesouro. Sua aventura era sobre derrotar o terrível dragão e isso fora feito. Agora era a hora de se tornar uma lenda.
Após o breve descanso, ele foi até sua espada e a analisou uma última vez. Forjada no fogo mais quente pelo anão mais habilidoso, tratava-se de uma obra de arte. Iria precisar dela quando entrasse no salão das lendas. A partir deste momento, ele não era mais um guerreiro ou herói, era uma história, um ideal e um exemplo a ser seguido. Junto com sua espada, ele deixaria este plano para fazer parte daqueles que seriam lembrados para sempre.
Uma última lagrima.
Tristeza.
No fundo, a única coisa que o guerreiro queria era deixar alí sua espada e ir para casa.
Todos os dias, quando eu abro o jornal, vejo uma capa sobre algum desastre. As vezes, esses diversos cataclismas parecem deixar claro que o mundo como nos conhecemos está chegando ao fim. Só que me parece também que no fundo, ninguém dá a mínima.
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