quarta-feira, 1 de abril de 2009

2h30 da Madrugada


- Oi.
- Oi?
- Qual o teu nome?
- Carolina... E o teu?
- Hã, bonito nome, Carolina. O meu é Rodrigo.
- Brigada.
- Sabe, os teus olhos também são bonitos...
- Eles são castanhos, como os da maioria. O que é que tem de diferente neles?
- Não sei, mas no fundo deles eu vi uma ótima razão para te pedir um beijo.

Ela não sabe se foi a cantada brega, o rosto bonitinho do rapaz ou o teor alcóolico da vodka diluído em seu sangue, mas ela topa. Se beijam e ficam na boate até as quatro. Depois disso, decidem ir além e vão parar em um motel de quinta categoria. Transam até o sol surgir e sentem aí uma sensação indescritível. Nenhum dos dois sabe dizer porquê, mas ambos sentem como se já tivessem sido íntimos há vários séculos.

Em alguma dimensão paralela, o Rodrigo irá telefonar para ela outro dia e eles iriam se encontrar mais vezes. Em muitas delas eles farão sexo e em muitas outras, ele simplesmente irão passear, tomar um café e conversar. Assim eles descobrem como tem muitas coisas em comum e iniciarão um relacionamento que seguirá até o fim de suas vidas. Assim viveriam felizes duas almas gemeas que nasceram para se encontrar as 2h30 da madrugada naquela boate, numa noite qualquer de inverno.

Porém, na nossa realidade, o Rodrigo simplesmente leva Carolina até em casa e eles se despedem. Então ele toma um café preto sem açucar em um bar de posto de gasolina e vai trabalhar. Passará o dia virado, mas não vê a hora de contar como foi sua noite para seus amigos.

Um comentário:

  1. wow! adorei. este género de final quase anti-climático é o que costuma fazer o meu género. está muito muito bem escrito também!

    congrats! : D

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